A exposição Cartas a Hélio Oiticica – apresentado um conjunto de trabalhos produzidos entre 1999 e 2021, formado por peças, objetos de parede e um móbile – investiga alguns resíduos modernistas e seus vestígios na contemporaneidade, combinando restos e relíquias através de materiais achados pelo artista. Entre outras peças, destaca-se uma série especifica de trabalhos feitos a partir de fragmentos de um piso de linóleo modernista encontrado entre escombros de demolição em uma caçamba em Estocolmo.
Ao deslocar o piso que agora ocupa as paredes da galeria, os espectadores encontram-se em lugar incerto e instável. Laura Erber escreve no texto da exposição; “Ao expor na parede da galeria os pedaços de chão no qual já não é mais possível pisar, Laercio Redondo mostra a fragilidade do solo em que foi construído o projeto de modernização.”
Erber continua, “Cartas a Hélio Oiticica nos permite percorrer esse conjunto heteróclito de obras e de procedimentos, refletindo sobre o endereçamento, a troca de olhares entre o contemporâneo que vai ficando antigo, cada vez mais distante das promessas da modernidade heroica, obrigando-nos a rever mal-entendidos”.
Fotos: Pedro Mota